Trabalhar com a Orientação Sexual envolve sentimentos e desejos e, portanto, a temática não pode ser abordada só com explicações sobre a anatomia e a fisiologia dos aparelhos reprodutores e com palestras médicas. Deve ser feita com “afeto”[1], sem constrangimentos, através de um programa que possibilite comunicar aos pais sobre a iniciativa, a necessidade e a importância da temática na formação dos seus filhos, bem como, sobre a necessidade de diálogo com a família no decorrer do desenvolvimento desse tema.
Crianças e adolescentes estão descobrindo os limites do próprio corpo e a sexualidade. O sexo é parte da vida das pessoas é por essa razão que a escola e a família devem ajudar a construir desde cedo uma visão sem mitos nem preconceitos[2].
Desde bebês, sentimos prazer em tocar o próprio corpo e descobrir as diferentes sensações que ele nos proporciona. Logo, fingir que a criança e os adolescentes não passam por esse processo é negar a realidade[3]. É também desconhecer que mesmo quando não falamos sobre sexo estamos educando.
Muitas famílias temem que as conversas sobre sexo levem a iniciação sexual do adolescente, o que não é o objetivo da proposta educativa. Por isso, nas conversas com os familiares, cabe aos educadores mostrar que a Orientação Sexual está prevista no PCN3 e faz parte do projeto pedagógico.
Enfatizar que o papel da escola é trabalhar informações científicas, contextualizá-las, propiciar o debate de temas pertinentes à idade de cada turma, objetivando que os jovens tenham uma vida saudável e entendam o que acontece com eles em relação a sua anatomia e a sua fisiologia. Deixar claro que os valores morais e religiosos da família não serão questionados. E, proporcionar atividades paralelas aos alunos cujos pais se oponham à participação do filho nas atividades de Orientação Sexual4.
A Orientação Sexual oportuniza uma parceria com a família abre um espaço para que educadores e pais atuem juntos na formação de crianças e de adolescentes, aproximando a família e a escola num processo de interação. Além de possibilitar discussões que favoreçam o ambiente familiar e de sala de aula, melhora o relacionamento entre pais e educadores garantindo confiabilidade ao trabalho educativo. Contudo é imprescindível que os educadores percebam que sua atuação no processo educativo não é mais uma ação isolada, que as parcerias, a construção coletiva, o diálogo poderão fomentar uma atividade criativa, gratificante e de qualidade, e certamente melhorar a interação escola, família e comunidade.
Autora: Edvânia Santos Correia. L.P. em Ciências Biológicas/ UFAL e especialista em Mídias na Educação/UFAM.
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