quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Defesa da Familia

Defesa da vida e da família é garantida em município brasileiro

Leonardo Meira
Da Redação


Câmara de Vereadores de São Bento do Sapucaí
Iniciativa pioneira é aprovada pelos vereadores de São Bento do Sapucaí, no interior paulista
Agora, a defesa da vida e a promoção da família são garantidas por lei em São Bento do Sapucaí.

O município do interior paulista é pioneiro no Brasil em propor mecanismos legislativos neste sentido. Dessa forma, torna-se a primeira cidade pró-vida do país.

"Isso é importante porque damos o primeiro passo para motivar outros municípios a assumir o compromisso com a vida humana. É um trabalho que deve começar nas bases", enfatiza o presidente da Câmara de Vereadores de São Bbento, Hermes Rodrigues Nery.

Durante os trabalhos de reforma da Lei Orgânica da cidade, uma espécie de constituição local, os vereadores tiveram formação, encontros e debates para analisar os 129 artigos do texto.

Nesse período, os legisladores buscaram deixar explícita uma afirmação que não é clara na Constituição Federal, como explica Hermes.

"Na Constituição do Brasil, quando se fala sobre a defesa da vida, falta dizer quando a vida começa e termina. É essa omissão que buscamos suprimir, ao deixar claro que é 'compromisso assegurar o direito à vida, desde a concepção até a morte natural, o primeiro e principal de todos os direitos humanos'", esclarece, citando o preâmbulo da nova Lei.


Objetivo fundamental

Além disso, o texto também aponta que garantir o direito à vida humana é objetivo fundamental do município.

Na prática, a Câmara deve trabalhar para estabelecer e implementar políticas públicas que promovam, valorizem e protejam a vida e a família. Em um primeiro momento, o foco é na formação. Logo após, o trabalho será na captação de recursos para instituições e espaços que atuem na defesa da vida.

Devem ser criadas estratégias em inúmeros campos: amparo à maternidade; cuidados com os idosos; implementação de um Conselho de Desenvolvimento Social e Promoção da família.

Também deve ser construída uma unidade focada em pediatria e acompanhamento de gestantes. Na área da educação, os profissionais de saúde e os professores de educação básica devem receber formação específica.

A revisão da Lei iniciou em janeiro do ano passado e foi aprovada por unanimidade, em segundo turno, em dezembro do mesmo ano.

"Temos a esperança de que o Brasil ainda seja o primeiro país a defender constitucionalmente o primeiro e fundamental direito de todo o ser humano, que é a vida, desde a concepção até a morte natural", finaliza o vereador Hermes.

.: Leia o texto da nova Lei Orgânica da cidade na íntegra


Reivindicação histórica

A vitória pró-vida em São Bento do Sapucaí não é isolada. Em 2005, começou o Movimento Legislação e Vida, na Diocese de Taubaté (SP), que tem foco em sugerir leis que promovam a família e a vida humana.

O vereador Hermes Nery também é coordenador da Comissão Diocesana em Defesa da Vida na Diocese. Ele conta que há diversos movimentos similares espalhados pelo Brasil. Hoje, todas estas iniciativas mantém contato entre si e formam uma espécie de rede no trabalho de evangelização do campo político.

"As decisões tomadas na política influenciam muito e podem tornar legal o que é condenável moralmente. O trabalho desses movimentos é propor uma perspectiva moral para a compreensão das problemáticas sociais", declara Hermes.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O Testamento da Dra Zilda Arns

O testamento da Dra Zilda Arns: um roteiro para construir a paz

Dr. Frei antônio Moser
Teólogo


Pastoral da Criança
"A construção da paz começa no coração das pessoas e tem seu fundamento no amor" ...
O largo espaço concedido por todos os meios de comunicação à Dra. Zilda Arns são mais do que suficientes para se ter uma idéia do que ela representou para o resgate das crianças pobres. Por isso mesmo nos ateremos a uma análise do último parágrafo do que deveria ter sido o fecho de sua palestra no Haiti. Esse parágrafo é de uma densidade tal que se constitui num roteiro para os que se propõem a colaborar na construção de uma paz verdadeira. Talvez não seja exagero dizer que Deus a inspirou quando escreveu o parágrafo que segue, para que fosse seu testamento, um legado para todos.

"A construção da paz começa no coração das pessoas e tem seu fundamento no amor, que tem suas raízes na gestação e na primeira infância e se transforma em fraternidade e responsabilidade social. A paz é uma conquista coletiva. Tem lugar quando encorajamos as pessoas, quando promovemos os valores culturais e éticos, as atitudes e práticas do bem comum".

Para desentranhar um pouco da riqueza dessas frases, talvez convenha dividi-las em pequenos segmentos.

1. A construção da paz começa no coração das pessoas. À primeira vista essa afirmação parece um tanto deslocada no espaço e no tempo. Desde que, sobretudo a partir da década de 1970, com razão, se deu grande importância aos fatores econômicos e políticos para se chegar a um equilíbrio social, já não é tão comum ouvir alusões a esse nível. Claro que os mecanismos apontados são de extrema importância. Daí também a importância de um Estado regulador. E no entanto, quem conhece a riqueza bíblica da palavra "coração", logo vai associá-la à "conversão". Muito se discutiu há algumas décadas sobre o que seria mais importante: a conversão das pessoas ou das estruturas. Hoje a melhor resposta certamente é essa: ambas são de extrema importância para se conseguir a construção da paz. Corações endurecidos serão uma eterna barreira para qualquer passo realmente decisivo onde não reine mais o ódio, mas o amor.

2. ... e tem seu fundamento no amor. Com certeza muito se fala no amor. E no entanto existem muitos amores diferentes. Amor romântico, amor sentimental, amor paixão. Evidentemente que esses sentimentos podem exercer um papel significativo na construção da paz inter pessoal e social. Acontece que hoje, mesmo em se falando muito de amor, se acredita mesmo é na força das ciências e das tecnologias. Nelas parece encontrar-se a solução de todos os problemas humanos. Ora, por mais que devamos nos alegrar com os inegáveis avanços, sem um determinado amor, que é o amor no sentido evangélico do termo, corremos o risco de sermos levados exatamente no sentido contrário ao da paz. O verdadeiro amor humano sempre tem um pano de fundo: um olhar para o outro e os outros, para o diferente, e até para o estranho, mas com os olhos de Deus.

3. ... que tem suas raízes na gestação e na primeira infância. Na linha de raciocínio expressa na frase logo acima, a gestação da qual a "mãe das crianças" fala, não é certamente aquela transmissão fria que acontece nos gélidos laboratórios, onde se refugiam muitos interesses estranhos ao amor. A mecanização da vida se torna a cada dia mais uma realidade. As conseqüências ainda irão se manifestar com maior evidência quando os filhos da proveta forem crescendo. Como irão se entender? Como irão se situar no mundo e na sociedade? Quais serão seus sentimentos dominantes? Ninguém sabe. Ninguém põe em dúvida os relevantes serviços que os laboratórios prestam e podem prestar, mas desde subsidiem, e não substituam o casal. Fatos recentes ocorridos neste campo e em nosso meio são um alerta de que as tentações são muito grandes. A gestação que é fruto de um gesto concreto de amor já tem um ponto de partida completamente diferente. Hoje se admite tranqüilamente que esse primeiro gesto já pode deixar marcas positivas ou negativas.

4. ...se transforma em fraternidade e responsabilidade social. A fraternidade parece ser uma das aspirações que acompanham a humanidade. Por outro lado, porém, ela se sente continuamente ameaçada pelas rivalidades, pelo ódio, e pela guerra. Em algum lugar do mundo sempre há conflitos mais ou menos sangrentos. Ora a conflitividade, que de alguma forma é constitutiva da nossa condição humana remete, entre outros fatores, para a falta de um ambiente familiar, onde o amor seja cultivado com muito empenho. E é nesse somente neste clima que se pode esperar uma responsabilidade social das pessoas. A irresponsabilidade manifesta em tantos aspectos na sociedade não será superada por atitude madura através de meras imposições. A responsabilidade social só se conjuga com a busca constante de fraternidade e esta na busca constante pela vida profunda no amor.

5. A paz é uma conquista coletiva. O velho imperativo romano "se queres a paz, faze a guerra" na realidade parece mover a mentalidade de um significativo número de líderes mundiais. Os exemplos ainda quentes das invasões do Oriente Médio comprovam isso. Algumas pessoas, tentando imitar Napoleão Bonaparte, buscam, por todos os modos colocar sobre sua cabeça uma coroa, símbolo de uma missão messiânica. São os eternos salvadores da pátria. Se auto atribuem a si próprios, única e exclusivamente, as conquistas, e lançam sobre os inimigos eventuais derrotas. Entretanto, num curto espaço de tempo, como Napoleão, assim todos os que se auto investem acabam descobrindo sua verdadeira estatura. São pessoas pequenas para uma tarefa tão ingente, como essa de construir a paz. A paz sempre resulta de inúmeros esforços, de inúmeras gerações, que cultivam basicamente os mesmos sonhos e respeitam os mesmos valores.

6. ... tem lugar quando encorajamos as pessoas, quando promovemos os valores culturais e éticos, as atitudes e práticas do bem comum. Muito se fala sobre as possibilidades de um mundo novo. Sem dúvida ele é possível. Contudo, a construção de um mundo novo pressupõe que as pessoas sejam incentivadas a preservar seus valores culturais e éticos. Ora, o que se percebe sempre de novo é o retorno da mesma tentação de alguns grupos julgarem que o mundo está começando com eles. Ou seja, passam por cima da cultura, pretendem inventar novos parâmetros éticos. Com isso em vez de um mundo novo o que vai se desenhando no horizonte são os traços dos mesmos fracassos de outras tentativas semelhantes. Há valores que vão além das convenções e até mesmo das culturas.

Com a mansidão de sua voz e sua clara opção inspirada no Evangelho a Dra. Zilda deixa um legado de extrema atualidade. Ela bem sabia o que acontece com os que constroem sobre a areia. Esse é seu testamento: construir sobre a rocha dos valores que se encontram tão bem expressos no Sermão da Montanha.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Direitos Humanos Programa URGENTE

Programa de Direitos Humanos do governo preocupa a sociedade

Arquivado em: Opine — redacao at 4:19 pm on terça-feira, janeiro 12, 2010

O terceiro Programa Nacional dos Direitos Humanos do governo Lula tem despertado fortíssimas reações em toda a sociedade. Tanto a imprensa, quanto os militares, a Igreja e a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção de São Paulo (OAB-SP) se manifestaram contra alguns pontos do programa.

Dom José Simão, bispo de Assis (SP) e responsável pelo Comitê de Defesa da Vida da Regional Sul-1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que congrega as dioceses do Estado de São Paulo, manifestando a insatisfação dos bispos, disse que “a Igreja é contra o Plano”. O bispo considerou esta uma iniciativa arbitrária e antidemocrática do governo Lula, especialmente no que se refere ao apoio do programa ao aborto, à aprovação da união civil entre pessoas do mesmo sexo com direito de adoção por casais homoafetivos e aos mecanismos para impedir a presença de símbolos religiosos em estabelecimentos.

Para ele, não se pode defender o aborto como uma prática de direitos humanos. O assassinato de uma criança no ventre da mãe jamais pode ser visto como defesa dos verdadeiros direitos humanos, pois o primeiro e mais importante direito é o “direito à vida”, o direito de nascer. Eliminar uma vida em gestação é um gesto brutal, desumano, inqualificável e que jamais pode ser classificado como algo humano. Jamais a mulher pode decidir sobre a morte de um filho em gestação, pois se trata de uma outra vida que não lhe pertence. Se o direito à vida não for respeitado, todos os outros desaparecem.

Sobre a homossexualidade, a Igreja ensina no seu Catecismo que a tendência homossexual é complexa e não caracteriza um pecado e recomenda que essas pessoas sejam amadas, respeitadas e jamais discriminadas. A Igreja não aceita, no entanto, a prática homossexual e a união de pessoas do mesmo sexo por ser contra a lei de Deus. Desde o começo da humanidade Deus criou o homem e a mulher, ambos à sua imagem e semelhança, e os uniu para que juntos crescessem, se multiplicassem e dominassem a terra.

Quanto aos símbolos religiosos, o Estado é laico, mas o povo brasileiro é religioso, e grande parte, católico, e tem o direito de se manifestar livremente. O crucifixo em uma repartição pública não pode ser uma afronta a alguém, mas sim o símbolo da justiça, do amor, da paz, da bênção, do perdão, do respeito, do altruísmo mais sublime que caracteriza a civilização cristã que moldou o Ocidente. Quem pode se sentir ofendido com a imagem de um Deus crucificado por amor ao homem? Esse sinal não foi colocado hoje nas paredes das repartições, mas desde que o Brasil foi colonizado.

Por outro lado, os ministros militares das três Armas qualificaram o Programa como “insultuoso, agressivo e revanchista” em relação às Forças Armadas, e ameaçam pedir demissão dos seus cargos, por reabrir as feridas da época do regime militar, procurando punir os militares e isentando os terroristas de qualquer investigação. Se é para se fazer justiça, ela precisa atingir os dois lados.

A proposta de criar uma “Comissão Nacional da Verdade”, contida no Programa, com o objetivo de examinar as violações de direitos humanos praticadas durante o período 1964-1985, é vista com desconfiança pelos militares. Depois de vinte anos de um período de exceção, a nação foi pacificada pela anistia concedida a ambos os lados. Querer retomar essa questão hoje é algo delicado e que pode convulsionar a nação, causar divisão na população.

A OAB de São Paulo diz que o Plano de Direitos Humanos cria insegurança jurídica. Um programa de recursos humanos deve pacificar a Nação e não provocar agitação depois de tantos anos de tranquilidade. Uma forte reação pode ser notada também por parte dos profissionais da imprensa que veem em alguns pontos do plano uma tentativa de impedir a sua livre manifestação diante dos fatos.

Por todas essas razões, é fundamental que o terceiro Programa Nacional dos Direitos Humanos do governo Lula seja profundamente revisto e modificado, com um debate amplo, aberto à participação de todos os segmentos da sociedade, especialmente dos que se sentem ofendidos com o Programa.

por Genilson Santos Jornalista e Coordenador Diocesano da Pastoral Familiar em Santos

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Grito é o "novo tapa" nos filhos

Grito é o "novo tapa" nos filhos

Da Redação
  • Getty Images

    Agressão verbal na infância pode desencadear depressão e ansiedade na vida adulta,
    segundo pesquisa

Gritar com os filhos e fazer ameaças até podem parecer atitudes rotineiras dos pais em meio ao dia a dia cheio de informações e compromissos. Mas, cuidado: se esse comportamento for constante pode ser classificado como um sério tipo de violência, a psicológica, tão prejudicial quanto a física.

Segundo matéria publicada recentemente no jornal americano “The New York Times”, a maioria dos pais de hoje não bateria em seus filhos de jeito nenhum. No entanto, muitos se sentem sem ferramentas eficazes para controlar os pequenos e aderem ao grito como o novo tapa. Imagine uma situação corriqueira: a mãe pede repetidas vezes à criança que pare de mexer em algo, e ela não obedece; o volume da voz aumentando conforme a paciência se esgota. O resultado? O grito.

O problema é o resultado desse tipo de comportamento, como demonstra um estudo feito pela Universidade Estadual da Flórida (EUA) e publicado no “Journal of Affective Disorders”, que entrevistou mais de 5,5 mil pessoas entre 15 e 54 anos. Segundo a pesquisa, pessoas que são alvos de ofensas verbais são quase uma vez e meia mais propensas a sintomas de depressão do que outros indivíduos e ficam duas vezes mais suscetíveis a transtornos de humor e ansiedade durante toda a vida.

Ofensas na infância

O dado surpreendente do estudo foi o número alto de participantes que afirmou que os pais usavam ofensas verbais constantemente (cerca de 30% dos casos), como insultos, ameaças físicas e comentários negativos. “É preciso que os pais sejam avisados do efeito em longo prazo desse tipo de comportamento para que não ofendam verbalmente seus filhos”, disse Natalie Sachs-Ericsson, que dirigiu o estudo.

Com o tempo, as crianças podem realmente acreditar nos comentários negativos a seu respeito e usá-los para explicar tudo que ocorre de errado na vida. Tirar notas baixas, não ser convidado para o time de futebol da escola ou ficar de fora de uma festa de aniversário seriam motivos para a criança pensar que não é boa o suficiente. Esse padrão de autocrítica pode acompanhá-la até a idade adulta e contribuir para o desenvolvimento de ansiedade e depressão.

A consultora de etiqueta e comportamento Célia Leão, de São Paulo, sugere trocar o uso do verbo ser pelo estar. Ou seja, no lugar de “Você é muito preguiçoso”, os pais podem usar “Hoje você está muito preguiçoso”. E evitar, é claro, frases que diminuem a autoestima, como “Você nunca consegue fazer isso sozinho”.

Outra dica da consultora é ser o espelho para as crianças. Como a aprendizagem se dá pela imitação de modelos, pais gentis e com boas maneiras são exemplos a serem seguidos pelos filhos.