segunda-feira, 28 de junho de 2010

SOS Pernambuco e Alagoas: uma campanha para salvar vidas

A Cáritas Brasileira Regional Nordeste II e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil Regional Nordeste 2 (CNBB-NE2) lançam hoje (23) campanha de emergência intitulada “SOS Pernambuco e Alagoas” em favor dos atingidos pelas chuvas. As doações poderão ser depositadas no Banco do Brasil, Agência 3505-X, Conta Corrente 5821-1.  
Os estragos provocados pelas inundações provocaram, segundo a Secretaria Nacional de Defesa Civil, mais de 40 mortes nos dois estados. A catástrofe contabiliza, de acordo com dados de ontem (22), 29 mortes em Alagoas e, 15, em Pernambuco. De acordo com a Defesa Civil de Alagoas, esses números podem aumentar à medida que as equipes de socorro enviem novos dados.
A situação foi criada pelo aumento do nível das águas nas cabeceiras dos rios, situados em Pernambuco, os quais, hidrograficamente, deságuam na região do Vale do Paraíba, Vale do Mundaú e Vale do Camaragibe. A falta de água, de alimentos, de abrigo, dentre outras, atinge mais de 200 mil pessoas nos dois estados.
ALAGOAS – Em Alagoas, segundo os boletins oficiais, o rio Mundaú subiu seis metros repentinamente na sexta-feira (18), causando enchente no Vale do Mundaú. Há registro de que 177.282 pessoas foram afetadas pelas chuvas e 607 desaparecidos, dos quais 500 vítimas somente no município de União dos Palmares. Até agora, 26.141 pessoas estão desabrigadas e 47.687 estão desalojadas. Há 21 municípios desse estado atingidos e 15 deles decretaram situação de calamidade pública. Mais de 4 mil casas foram destruídas.
Os óbitos em Alagoas foram registrados nos municípios de União dos Palmares; Murici; Branquinha; Rio Largo; Santana do Mundaú; Joaquim Gomes; e Paulo Jacinto. Em Alagoas, 17 municípios estão em estado de emergência: Santana do Mundaú; Joaquim Gomes; São José da Laje;União dos Palmares; São Luiz do Quitunde; Matriz do Camaragibe; Jundiá; Jacuípe;Branquinha; Paulo Jacinto; Quebrangulo; Capela; Cajueiro; Atalaia;Viçosa; Rio Largo; Murici.
As 15 cidades em situação de calamidade pública são Santana do Mundaú, Joaquim Gomes, São José da Lage, União dos Palmares, Jacuípe, Branquinha, Paulo Jacinto, Quebrangulo, Capela, Cajueiro, Atalaia, Viçosa, Rio Longo, Satuba e Murici.
PERNAMBUCO – Em Pernambuco, os registros da Defesa Civil estadual indicam que 54 municípios foram afetados pelas chuvas, dos quais 30 estão em situação de emergência e outros nove em situação de calamidade pública decretados pelo governador Eduardo Campos. Ainda de acordo com a Defesa Civil, 42 mil pessoas tiveram de deixar suas casas; 17.808 estão desabrigadas e, 24.552, desalojadas.
Em estado de calamidade pública, encontram-se nove municípios: Água Preta, Barra de Guabiraba, Barreiros, Correntes, Cortês, Jaqueira, Palmares, São Benedito do Sul e Vitória de Santo Antão. Outros 30 estão em situação de emergência: Agrestina, Altinho, Amaraji, Belém de Maria, Bezerros, Bom Conselho, Bonito, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Catende, Chã Grande, Escada, Gameleira, Gravatá, Ipojuca, Jaboatão dos Guararapes, Joaquim Nabuco, Maraial, Moreno, Nazaré da Mata, Palmeirina, Pombos, Primavera, Quipapá, Ribeirão, São Joaquim do Monte, Sirinhaém, Tamandaré, Vicência e Xexéu.
Mais 15 municípios de Pernambuco foram afetados pelas chuvas:Abreu e Lima, Aliança, Angelim, Araçoiaba, Belo Jardim, Cachoeirinha, Igarassu, Itamaracá, João Alfredo, Jurema, Limoeiro, Olinda, Paulista, Recife e São Lourenço da Mata.
Durante uma das plenárias da IV Conferência Nacional das Cidades, em andamento desde 19/6 e prosseguirá até 26, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse à imprensa que o governo federal vai enviar cerca de R$ 1,2 bilhão para socorrer dois estados e para apoiar os governadores estaduais Teotônio Vilela Filho (Alagoas) e Eduardo Campos (PE). Há informações da imprensa de que o governo vai enviar também mais R$ 300 milhões para reconstrução das cidades destruídas.
Em Pernambuco, houve a distribuição, até agora, do total de 191,5 toneladas de alimentos e outras 52 de água foram entregues nos municípios mais afetados. Em Alagoas, 15 mil cestas doadas pelas CONABs de São Paulo, do Ceará, de Minas Gerais, e do Rio Grande do Sul, bem como oito mil cestas doadas pela CONAB de Alagoas, já foram doadas nos locais mais necessitados. São Paulo e Rio Grande do Sul também doaram 21 mil toneladas de alimentos, cobertores, roupas.
* Assessora de Comunicação da Cáritas Brasileira

quarta-feira, 23 de junho de 2010

A importância da família

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A importância da família

O amor está sendo retirado do coração dos homens
O relato de São João sobre as Bodas de Caná (cap. 2,1-11) mostra claramente como Jesus valoriza a família. Foi o Seu primeiro milagre, abençoando com Sua presença os noivos, que pretendiam iniciar uma nova família. Ele quis iniciar o anúncio do Reino em um casamento, mostrando que a família é importante para Ele.

A família é a base, o esteio, o sustento de uma sociedade mais justa. Ao longo da história da humanidade, assistimos à destruição de nações grandiosas por causa da dissolução dos costumes, a qual foi motivada pela desvalorização da família.
No nosso mundo de hoje, depois que ficou liberado o divórcio indiscriminadamente, a família ficou ameaçada em sua estrutura e é por isso que vemos, através dos meios de comunicação e até na comunidade em que vivemos, cenas terríveis. Filhos drogados matam ou mandam matar os pais, pais matam filhos por motivos fúteis, mães se desfazem de seus bebês, quando não cometem o crime hediondo do aborto quando a criança não tem como se defender. Há problemas seriíssimos. Quando os pais se separam alguma coisa se parte no íntimo dos filhos. Eles não sabem se é melhor ficar com o pai ou com a mãe. No fundo, eles gostariam de ficar com os dois. Em paz e harmonia, é claro.

O amor está sendo retirado do coração dos homens e das mulheres. E, em consequência disso, a família está perdendo a sua unidade e a sua dignidade. Isso acarreta a dissolução dos costumes. A família decai e a sociedade decai. Precisamos compreender e nos lembrar sempre de que Deus nos deu uma família a fim de que, num âmbito menor, nós pudéssemos aprender a amar todos os nossos semelhantes.
O desenvolvimento tecnológico tem seus pontos benéficos. Facilitou a vida das pessoas. Mas facilitou de tal modo que a humanidade ficou mal-acostumada. Só quer o que é fácil. Não se interessa pelo que exige esforço, luta. No entanto, o que conquistamos com esforço tem um sabor muito melhor. Parece que nos esquecemos disso.

Na passagem das Bodas de Caná, Jesus transformou a água em vinho, em bom vinho. Ele poderia ter tirado o vinho do nada, mas Ele quis a participação humana. Por isso, mandou que enchessem as talhas de água. Hoje também o Senhor quer que nós enchamos a "talha de nossa vida", a nossa existência, de "água" que Ele transformará no melhor "vinho".
Que é que isso quer dizer? Quer dizer que precisamos colocar amor em nossa vida, em nossa família, para que Ele transforme esse amor humano em amor divino, o mesmo amor que une as pessoas da Santíssima Trindade e que é tão grande e tão repleto de felicidade, que extravasa, explode e quer ser espalhado entre nós. E é por meio dele que encontraremos a plenitude da felicidade.

Não é fácil cultivar o amor às vezes, é até difícil. Mas o difícil, quando conquistado tem um valor inestimável. Temos prova disso. Em uma competição esportiva, por exemplo, o vencedor fica mais satisfeito quando enfrenta adversários mais difíceis.
Viver em família, viver em união dentro da família não é fácil. Mas fácil não é sinônimo de bom. Talvez seja até o contrário.

A família precisa de amor para ser bem estruturada. A sociedade precisa das famílias para realizar a justiça e a paz porque a sociedade é uma família amplificada.
Falta o "vinho" para as nossas famílias. Esse "vinho" é o amor. É preciso que cada membro da família se esforce. Que os pais assumam verdadeiramente o seu papel. Apesar de ser bem árdua a tarefa dos genitores no mundo de hoje, não se pode desanimar. É necessária e urgente a ação paterna. O jovem é, por natureza, rebelde, quer ser independente. Desperta para o mundo e seus problemas e questiona tudo. Mas os pais precisam participar de sua vida, de uma maneira ou de outra, porque, mesmo errando algumas vezes, ainda assim, estes [os pais] têm capacidade de orientar e ajudar os filhos. Não podemos deixar tudo por conta dos companheiros, da escola, da sociedade ou de sua própria solidão.

Os pais devem fazer o acompanhamento dos filhos, procurar saber o que está acontecendo com eles, tentar ajudá-los de várias maneiras: com orientações, com atitudes exemplares, com o diálogo, com orações. Sempre. Tanto em casa, como na escola, na vida religiosa e social, nos namoros, entre outros.
Muitas vezes, os pais se sentem impotentes. Muitas vezes, achamos que já fizemos tudo e que nada conseguimos. Entretanto, esforçando-nos ao máximo, dando o melhor de nós por uma família mais feliz, estaremos enchendo de "água" a nossa "talha". E a Santíssima Virgem Maria já estará falando com o Filho: "Eles não têm vinho". E Jesus virá nos transformar, transformar a nossa "água" em "bom vinho", transformar a nossa dificuldade em vitória.

A Importância da Disciplina

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A importância da disciplina

As pessoas mais produtivas são aquelas que se organizam

O Papa João Paulo II disse – na Carta às Famílias, escrita em 1994 –, que “o ato de educar o filho é o prolongamento do ato de gerar”. O ser humano só pode atingir a sua plenitude, segundo a vontade de Deus, se for educado; e essa missão é, sobretudo, dos pais. É um direito e uma obrigação deles ao mesmo tempo. É pela educação que a criança aprende a disciplina, por isso os genitores não podem se descuidar dela, deixando-a abandonada a si mesma. Se isso ocorrer, essa criança será como um terreno baldio onde só nasce mato, sujeira, lixo e bichos venenosos. Sem disciplina não se consegue fazer nada de bom nesta vida.

Muitas pessoas não conseguem vencer os problemas e vícios pessoais porque não são disciplinadas. Muitas não conseguem ser perseverantes em seus bons propósitos porque lhes falta essa virtude [disciplina]. Para vencer um vício ou para dominar um mau hábito é preciso disciplina. É por ela que aprendemos a nos dominar. Vale mais um homem que se domina do que o que conquista uma cidade, diz a Bíblia.

A disciplina depende evidentemente da força de vontade; e esta é fortalecida pela graça de Deus. São Paulo diz que é Deus “ que opera em nós o querer e o fazer” (cf. Fil 2,13). As grandes organizações, fortes e duradouras, como, por exemplo, a Igreja, apoiam-se em uma rígida disciplina. É isso que lhes dá condições de superar os modismos e as ameaças de enfraquecimento. Também as grandes empresas fazem o mesmo.

Em primeiro lugar, é preciso organizar a sua vida. Defina e marque, com clareza, todas as suas atividades; sejam elas profissionais, religiosas ou de lazer. Deve haver um tempo definido para cada coisa; o improviso é a grande causa da perda de tempo e de insucesso. As pessoas mais produtivas são aquelas que se organizam. Essas fazem muitas coisas em pouco tempo. Não deixam para depois o que deve ser feito agora.
Não adianta você ter muitos livros se eles não estiverem arrumados por assunto, assim você não vai encontrar um livro que desejar. Não adianta você ter muitos artigos guardados se eles não estiverem classificados e indexados. No meio da bagunça não se pode achar nada, e perde-se muito tempo. Então, aprenda a arquivar tudo com capricho. O povo diz que um homem prevenido vale por dois. Então, seja prudente, cauteloso, previdente. Se você sabe que a sua memória falha, então carregue com você uma caneta e papel, e anote tudo o que deve fazer durante do seu dia, ou sua ida à cidade.

Muitos fracassam em seus projetos porque não sabem fazer um bom planejamento, com critérios, organização e método, porque não são disciplinados. A pressa atropela o planejamento, por falta de disciplina; é um perigo. Sem disciplina não se consegue fazer um bom planejamento. Muitas obras são construídas repletas de defeitos, e custam mais, porque faltou planejamento, disciplina e ordem. Lembre-se: é muito mais fácil, rápido e barato, fazer uma obra planejada, do que fazer tudo às pressas e depois ter que ficar remendando os erros cometidos.
Foi muito feliz quem escreveu em nossa bandeira: “Ordem e Progresso”. Disciplina significa você fazer tudo com ordem, critério, método e organização. Então, disciplina é uma virtude que se adquire desde a infância, em casa com os pais, na escola, na Igreja, no trabalho…

Sem disciplina gastamos muito mais tempo para fazer as coisas e pode-se ficar frustrado de ver o tempo passar sem acabar o que se pretendia fazer. Por isso, é preciso aprender a organizar a vida, o armário e a casa, arrumar a mesa de trabalho, a agenda de compromissos, etc. A disciplina se adquire com o hábito. Habitue-se a fazer tudo com planejamento, ordem, capricho, etapa por etapa, sem atropelos. Deus nos dá o tempo certo e suficiente para fazer o que precisamos fazer.

São Paulo disse aos coríntios que “os atletas se impõem todo tipo de disciplina. Eles assim procedem, para conseguir uma coroa corruptível. Nós o fazemos por um coroa incorruptível”(1Cor 9,25).
Nenhum atleta vence uma competição sem muita disciplina, treinos, regimes, horários rígidos, etc. Ora, na vida espiritual, pela qual desejamos ganhar a “coroa incorruptível”, a disciplina é mais necessária ainda. Ninguém cresce na vida espiritual sem disciplina: horário para rezar, meditar, trabalhar, etc. Estabeleça para você uma rotina de exercícios espirituais diários, e cumpra isto rigorosamente.
Assim Deus vai lentamente ocupando o centro de sua vida, como deve ser com cada cristão. Sem isto você será um cristão inconstante e tíbio.

É preciso insistir e persistir no objetivo definido. Não recue e não abandone aquilo que decidiu fazer. Para isto, pense bem e planeje bem o que vai fazer; não faça nada de maneira afoita, atropelada, movido pelo sentimentalismo ou apenas pela emoção. Não. Só comece uma atividade, física ou espiritual, se tiver antes pensado bem e estiver convencido de que precisa e quer de fato realizá-la. Peça a graça de Deus antes de iniciar a atividade; e prometa a você mesmo não recuar e não desanimar. Cada vez que você começa uma atividade de maneira intempestiva, e logo desiste dela, enfraquece a sua vontade e deixa a indisciplina ganhar espaço em sua vida.

Sem disciplina não se pode chegar à santidade. São Paulo chegou a dizer: “Castigo o meu corpo e o mantenho em servidão, de medo de vir eu mesmo a ser excluído depois de eu ter pregado aos outros” (I Cor 9,27).

sábado, 19 de junho de 2010

Família, Um Sonho Possível no Plano de Deus.


João Batista Athanásio. Membro da Escola de Pais, Secção de Curitiba, PR. Professor nas áreas de Filosofia, Psicologia e Direito. Advogado especializado em Direito de Família..  jbathanasio@ig.com.br.

Introdução.
A EPB é cristã, mas não pertence nem esteve ou está subordinada a nenhuma denominação eclesial. Assim, acolhe igualmente: cristãos e não cristãos. Enfim, o que importa é que sejam MÃES e PAIS.
Porém, sem discriminar e sempre acolhendo a todos, a EPB pode dizer com clareza, honestidade e caridade qual é o modelo de família que preconiza, de conformidade com a sua orientação cristã.
É o que se pretende contribuir com este artigo, sem a pretensão de esgotar o assunto.
A base é a própria vivência familiar, como filho e depois como pai, confirmada com a pesquisa bibliográfica, sobretudo no Catecismo da Igreja Católica, mas sem qualquer apologia denominacional.

1.      A família é um sonho possível- Tema do Congresso Nacional da EPB, 2010.
A tarefa é a de ajudar a pensar, de modo que a preocupação que orienta os Congressos é a de buscar elementos novos, haja vista a sequência de temas dos últimos dez anos, numa lógica, numa filosofia: os temas, ou se referem a problemas internos da família (puberdade, acertos e erros..., adolescência, economia...). E, por outro lado chamam a atenção para o tempo, o espaço e cultura de mundo, onde a família se encontra com essas preocupações, como, por exemplo, os temas dos Congressos: 39º (Educando em Tempos de Adversidade), 40º (A Convivência Familiar e os Ambientes Externos) e 46º (A Família nos Tempos que Correm. Para Onde Vai?). Em outros congressos com preocupações dos temas “para dentro da família” 41º (Família, Caminho da Independência Segura), 43º (Desafios da Família: Autonomia, Competência, Solidariedade), 45º (Pais e Filhos: Prevenir ou Remediar).
Neste 47º a EPB quer sonhar e tornar possível este sonho para todos os interessados. O foco são as famílias que vivenciam os problemas da pós modernidade e querem resolve-los da melhor forma possível.
A temática do sonho possível é de todo país, cultura e civilização, que enfrenta dificuldades. É possível pensar em outra sociedade. As multidões se reúnem em torno de buscar os sonhos impossíveis. E, até os milagres.
Eis o que se pode propor como possível, mas que até pode parecer milagre!

2.           Um modelo ideal de família.
Para o cristão é impossível falar de família sem considerar antes de tudo um modelo perfeito e concreto, como é o da família de Jesus com seus pais terrenos Maria e José. O Evangelista relata que era pobre, do povo comum; que o nascimento de Jesus, numa manjedoura, foi testemunhado apenas por simples pastores; mas que nesta humildade é que a glória de Deus se manifesta.
A família de Nazaré – Jesus, Maria e José - portanto, constitui as premissas do assunto “família”, por ser ela o modelo ideal que se concretizou, de amor, de fé, de submissão à vontade do Pai e à sua Lei, de relacionamento com respeito e obediência, de cidadania, de formação, de simples e austera beleza, de trabalho, etc.
A família do “Filho Pródigo” também é um modelo apresentado pelo próprio Jesus, além da sua própria casa. Ele quis deixar um exemplo ideal de família com aquela Parábola. Um ensinamento tão forte e profundo e, ao mesmo tempo, tão simples, que constitui uma suma de todo o Evangelho. É certo que sua mensagem central era a de mostrar a figura de um pai que acolhe, que perdoa, que tem misericórdia, a fim de que todos pudessem compreender a misericórdia divina. Mas para passar esta mensagem só foi possível criando um lar ideal, para o qual o filho sempre retornaria. É numa casa assim que todo filho quer morar; mesmo que se deslumbre com liberdade ilusória e a abandone, depois saberá que lá será sempre acolhido novamente, perdoado e amado. Saberá que seu retorno fará seus pais felizes, que eles não lhe condenarão, mas sim farão festa na sua volta para casa. Saberão que o aconchego do lar é de fato melhor que os vícios que o filho possa ter experimentado na sua desvairada busca de “liberdade” e “prazer”.
Quantos certamente deixariam os erros se tivessem uma casa para voltar! E lá encontrassem pai e mãe que os acolhesse e os perdoasse, sem limites, começando vida nova! As casas de reclusão, as varas de família, as clínicas para tratamento de viciados e até mesmo os hospitais, certamente esvaziariam de sua clientela.

3.           A família é a melhor escola.
Mas para formar uma casa é preciso instrução e preparação, que começam antes do casamento. Não é possível imaginar que só haverá famílias felizes entre aqueles que fizeram um bom curso de noivos na Igreja onde se casaram. O “curso” para noivo, para pai, para mãe, para esposo, para esposa, começa a ser dado por pais em cada casa, de cada família. A EPB deve, é claro, passar os valores cristãos e humanos do Casamento e da família a todos e em especial a quem deseja se casar, mas este valor será muito melhor absorvido por aqueles que os viveram concretamente em seus lares.
 
4.           “Célula-mãe”.
A sociedade familiar é necessária e indispensável porque é um dos tipos de sociedade que mais imediatamente corresponde à natureza humana. Toda socialização, que compreende a participação do indivíduo nas diversas instituições humanas (cultural, esportiva, recreativa, econômica, política, social, profissional) tem seu germe de eficácia no seio familiar, onde cada um inicia o desenvolvimento das suas qualidades pessoais e reconhece o que pode fazer para garantir seus direitos e para responsabilizar-se por seus deveres.

5.           “Igreja doméstica”.
A EPB, mesmo respeitando as diversas denominações religiosas, cristãs e não cristãs, pode deixar claro como se configura os frutos da formação de uma família cristã, como um valor a ser analisado e escolhido livremente. Trata-se da “igreja doméstica”[1] formada sobre o tripé fé-esperança-caridade, em que seus membros são uma verdadeira comunhão de pessoas, numa unidade, gerando e educando seus filhos, na continuidade da obra do criadora de Deus. Com tal suporte é possível a felicidade, que se manifesta no afeto, nos sentimentos, nos planos e interesses, no respeito a cada membro.

6.           O que os pais devem saber.
O lar é muito mais que um mero espaço físico. É um estado de espírito ou mesmo uma fonte donde deve brotar amor, ternura, fidelidade, perdão e respeito. Mas estes valores e atitudes não nascem do nada, mas sim do exemplo e do ensino dos pais. Estes devem ser instruídos quanto à condução de um lar firmado nestas virtudes, a fim de que possam conduzir seus filhos à felicidade e à realização como pessoas. Tal tarefa não é fácil, nem tampouco supõe que todos os pais e mães, enquanto tais sejam absolutamente perfeitos, mas sim que devem ser pessoas que desejam acertar, reconhecendo a grande responsabilidade que têm em dar bons exemplos aos seus filhos, bem como reconhecendo as próprias limitações e defeitos, sendo capazes de desculpar-se de seus erros e de se corrigirem. Deverão agir não com raiva ou autoritarismo, mas sim com modelos de autoridade.
 
7.           É preciso ter filhos?
Os filhos constituem o grande dom, a grande realização e o maior bem dos pais, pois homem e mulher foram criados por Deus também para se multiplicarem, sem deixarem de lado ao outros fins para os quais se unem. A fecundidade é um dos deveres fundamentais da família, a serviço da vida. Porém isto não quer dizer que não estarão “a serviço da vida” aquelas pessoas impedidas de ter filhos biológicos, pois estas são convidadas também à fecundidade da caridade, acolhendo as crianças abandonadas, que no mundo de hoje não são poucas.

Conclusão
Portanto, a EPB concorda com o senso comum em que a educação de um filho é, basicamente, a condução do seu processo de crescimento e desenvolvimentos físico, mental e moral, a fim de ele possa desenvolver melhor seu potencial de ser pessoa e aprenda a construir sua vida e sua felicidade[2]. Desse modo, logo os filhos terão condições, eles próprios, de fomentar o amor, a justiça, o respeito e a caridade mútua, usando corretamente sua inteligência e liberdade, nas suas relações sociais e profissionais, para que possam ingressar digna e acertadamente na vida adulta. Tudo isso se inicia em casa.  
Vejo que este possa ser um modelo de família que a EPB procure viver através de seus voluntários e no contexto de seus conteúdos programáticos, sem excluir – repete-se – nem tampouco discriminar sob qualquer aspecto os filhos, as mães e os pais que façam parte de outras formas de organização familiar da atualidade.


[1] Igreja doméstica, antiga expressão utilizada pelo Concílio Vaticano II quando se refere à família, conforme Lumen Gentium 11 e Familiaris Consortio 21.
[2] Escola de Pais do Brasil. Educar, uma opção. SP: Dag Gráfica Editorial Ltda., 1991, p. 17.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

NOVO CASAL RN PARA O

ESTADO DE SÃO PAULO

LUIZA N. GIOSA DOS SANTOS e

DOARTE DOS S. PEREIRA

 


HISTÓRICO:

 
- Associados desde 1980

- Diretores Administrativos da DEN de 1991 a 1998

- Diretores de Doutrina da DEN de 2006 a 2008

- Presidentes da Seccional de São Paulo de Abr/2000 a

Mar/2005

- Casal DR - SP de 2009 a 2010

- Em Junho 2010 nomeado Casal Representante Nacional - RN

para o Estado de São Paulo por ocasião do 47º Congresso

Nacional da EPB

47º Congresso Nacional da EPB

Nos dias 3 a 5 de Junho, foi realizado o 47º Congresso Nacional da Escola de Pais do Brasil, no Colégio Santa Cruz,  Escola de Pais Seccional Praia Grande  se fez presente.

O Congresso com o Tema: FAMÍLIA - UM SONHO POSSÍVEL teve a participação de mais de 700 associados vindos de todas as Seccionais dos Estados brasileiros, muitos casais novos e pela primeira vez participaram do Congresso Nacional.

 Parabenizamos a Diretoria Executiva Nacional e ao Conselho de Educadores da EPB pelo brilhantismo do Tema e pela realização de mais um Congresso.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Controle da Natalidade

 

 
O governo da região da Lombardia, na Itália, anunciou que dará 4500 euros às mulheres grávidas para que não abortem. Para obter esse “benefício”, elas deverão apresentar uma solicitação de aborto motivado por problemas econômicos em um hospital ou consultório familiar. Neste caso, a mulher receberá 250 euros mensais durante um ano e meio. Para isso, estabeleceu-se um fundo de cinco milhões de euros. (ROMA, 03 Jun.10 – www.acidigital.com).
Antes, o aborto era proibido simplesmente por destruir uma vida humana inocente e indefesa; depois, passou a ser legal; agora, deve ser comprado por uma quantia em dinheiro. Certamente, não faltará alguma mulher que procure ficar grávida para apenas se beneficiar dessa quantia. A que ponto de desvalorização e desrespeito chegou-se com a vida humana “imagem e semelhança” de Deus?!
Onde estão as causas mais profundas dessa medida tão assustadora?
Entre outras coisas, esta notícia mostra o desespero a que estão chegando os governantes e economistas europeus em face do drástico controle da natalidade que a Europa e o mundo se impõem. Nenhum país hoje da Europa tem este número mínimo de filhos; o que significa que a população das nações europeias começam a diminuir drasticamente, com sérias consequências econômicas.
O cardeal Angelo Bagnasco, arcebispo de Gênova e presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), durante a abertura, no Vaticano, da Assembleia Plenária dos bispos italianos, realizada em maio, alertou a nação sobre o “lento suicídio demográfico ao qual a Itália está se dirigindo”. Mais de 50% das famílias italianas atuais não têm filhos, e, entre as que têm, quase metade tem somente um e o restante, dois. Só 5,1% das famílias têm três ou mais filhos. Este dado nos ajuda a entender o desespero do governo italiano (31 mai.10 - zenit.org).
Num cenário deste tipo, onde nascem poucas crianças e os idosos vivem mais de 70 anos, o número de jovens diminui, não há braços fortes para trabalhar e para pagar a Previdência Social, pois esta tem de manter as aposentadorias para os idosos, pagar os hospitais etc. Esta é a grande preocupação dos economistas hoje em muitas nações.
Os idosos, além de não poder trabalhar, gastam muitas vezes mais em saúde do que os jovens. E quem vai pagar esta conta? Por conta disso, alguns países já aprovaram a eutanásia (Holanda, Bélgica, Luxemburgo), porque, assim, podem eliminar os velhos, cujas vidas “já não vale a pena ser mantidas” com altos custos. Já são cerca de 4 mil eutanasiados na Holanda por ano. É o “prêmio” que recebem da nação aqueles idosos que deram a sua vida e o seu trabalho em função dela. Não é à toa que alguns velhinhos estão deixando os asilos da Holanda e Bélgica e se refugiando nos asilos alemães, porque na Alemanha não há a eutanásia.
Em sua última Encíclica, o Papa Bento XVI deixou claro que o controle da natalidade não é fator de desenvolvimento. Vale a pena reler o que ele disse sobre este assunto: “A abertura à vida está no centro do verdadeiro desenvolvimento. Quando uma sociedade começa a negar e a suprimir a vida, acaba por deixar de encontrar as motivações e energias necessárias para trabalhar ao serviço do verdadeiro bem do homem” (n. 28). “Os pobres não devem ser considerados um ‘fardo’, mas um recurso, mesmo do ponto de vista estritamente econômico” (n. 35).
O nosso Brasil, infelizmente, está indo na mesma direção da Europa e da Itália. A nossa taxa de fertilidade já está em 2,0 filhos por mulher, ou menos. Isso significa que a população brasileira, dentro de poucos anos, começará a diminuir drasticamente. E como a população mais idosa aumenta, e com ela o número de aposentadorias, é claro que a Previdência Social terá seriíssimos problemas também aqui. O que já se faz notar.
A Igreja não se cansa de alertar o mundo para esse problema; ela está sempre do lado da defesa da vida,como disse João Paulo II: “Não tenham medo da vida”. A lógica de Deus é esta: ”o filho é sempre uma bênção!”. Como disse o Salmista: “Vede, os filhos são um dom de Deus. É uma recompensa o fruto das entranhas. Tais como as flechas nas mãos do guerreiro, assim são os filhos gerados na juventude. Feliz o homem que assim encheu sua aljava: não será confundido quando defender a sua causa contra seus inimigos à porta da cidade” (Sl 126/127, 2-4).