quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Inauguração - CASAs em Praia Grande são abertas

Fundação chega à marca de 59 centros construídos dentro do processo de descentralização do atendimento


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Mais 112 vagas para adolescentes da Baixada Santista foram abertas com a inauguração de dois centros socioeducativos em Praia Grande, nesta terça-feira (30 de agosto). Agora, são 59 unidades construídas em várias regiões de São Paulo dentro do processo de descentralização do atendimento, iniciado em 2006 pelo Governo do Estado.

“É o maior esforço nos últimos 50 anos, no País, para criar condições adequadas para o atendimento destes jovens, que passam a ficar próximos de suas famílias em suas cidades e regiões de origem”, afirmou a presidente da Fundação CASA, Berenice Giannella, durante a inauguração. “Em termos de orçamento, é um investimento muito superior, por parte do Governo do Estado, do que todos os recursos aplicados pelo Governo Federal para o atendimento socioeducativo.”

As duas unidades – cada uma com capacidade para 56 adolescentes (40 para internação e 16 na internação provisória) – vão se somar a outras seis que a CASA tem na Baixada Santista. Elas começam a receber os adolescentes da cidade e da região nesta semana.

Durante a inauguração, Berenice voltou a defender a necessidade de políticas efetivas de prevenção, como meio de frear o número de internações. “Ficamos felizes, mas paradoxalmente tristes, por termos que inaugurar unidades de internação”, disse a presidente.

INAUGURAO_PRAIA_GRANDE_FCASA_300811_EL_022_WEBA presidente lembrou que, durante visita, que o trabalho desenvolvido por São Paulo no atendimento socioeducativo é, hoje, referência nacional. “Tivemos uma visita recente dos membros do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e, tirando alguns aspectos pontuais, nosso trabalho foi elogiado.”

A cerimônia de inauguração das casas também contou com a presença do secretário-adjunto de Estado da Justiça e da Defesa da Cidadania, Luís Daniel Pereira Cintra. O secretário comparou o atual modelo com o da antiga Febem, extinta em 2006. “A memória de antigamente é muito triste, com rebeliões”, afirmou. “Hoje, não se ouve falar em rebelião e temos um atendimento individualizado.”

Com a inauguração das novas unidades, além da queda nos problemas de disciplina, a reincidência foi reduzida drasticamente – de 29% para cerca de 13% atualmente.

A unidade de Praia Grande será gerida em parceria com a Escola de Pais do Brasil. “Será um trabalho com muito carinho em que procuraremos também trabalhar as famílias como meio de reinserir os adolescentes na sociedade”, afirma Genilson José dos Santos, presidente da entidade.

Pelo programa de gestão compartilhada, ONGs como a Escola de Pais atuam no atendimento técnico e psicossocial aos adolescentes, cabendo à Fundação CASA a direção e a segurança das unidades.

Da cerimônia de inauguração, participou o ex-vice-presidente da CASA e atual secretário-adjunto de Estado de Desenvolvimento Metropolitano, Edmur Mesquita. “Eu ajudei a começar a construir estas duas unidades e estou muito orgulhoso do trabalho da Fundação CASA.”

Também estiveram presentes a secretaria de Desenvolvimento Social de Praia Grande, Maria Del Carmem Mourão; o juiz Vinicius de Toledo Piza Peluso; o promotor da Infância e da Juventude de Praia Grande, Carlos Cabral Cabrera; o pró-reitor comunitário da Universidade Católica de Santos, Cláudio José dos Santos; e o padre José Tadeu Lima, pároco da Paróquia Santo Antonio.


Outras unidades

Com as duas unidades de Praia Grande, a Baixada Santista passa a ter 8 equipamentos na região. Além do NAI de Santos, a instituição tem unidades de internação em Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe, São Vicente e Guarujá. A Fundação ainda tem previsão de construir uma casa para 56 jovens em Santos.

Arquitetura das casas


Em termos arquitetônicos, as novas unidades parecem escolas. São, em cada uma delas, três pavimentos. No primeiro, o térreo, há salas de educação, um refeitório e consultórios médico e odontológico. No segundo piso, ficam os quartos dos jovens. O terceiro pavimento conta com uma quadra poliesportiva e espaços para a visita de familiares.

Reformulação pedagógica


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A Fundação CASA não mudou apenas na parte estrutural. Houve uma reformulação pedagógica voltada para o atendimento dos internos e outra, destinada aos funcionários.

Os jovens da Fundação CASA passam por um diagnóstico polidimensional e são trabalhados de acordo com um Plano Individual de Atendimento (PIA). Ele permite que as demandas que o jovem e sua família têm nas áreas social, de saúde e pedagógica sejam atendidas especificamente.

Todos os funcionários novos e mais antigos são capacitados pela Escola para Formação e Capacitação Profissional da CASA (EFCP), que foi criada em 2006 para preparar os servidores e readequá-los à nova proposta de trabalho, que prega o atendimento individualizado aos jovens, o respeito aos direitos humanos e a abertura à sociedade.

Estas capacitações têm sido fundamentais para os resultados obtidos pela Fundação CASA.

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