quinta-feira, 6 de maio de 2010

Educar pelo exemplo


Os comportamentos dos nossos filhos são reflexo da sua observação do mundo

Os pais não são perfeitos mas tentam fazer o seu melhor para educar os seus filhos.
No entanto as dificuldades vão surgindo e as respostas certas são por vezes difíceis de encontrar.
Os comportamentos dos nossos filhos são reflexo da sua observação do mundo e nós pais.
Somos das personagens mais observadas. Assim, e sem dramas, devemos ter cuidado nas mensagens que passamos, ou mais cedo do que julgamos vamos ter de enfrentar as consequências dos nossos actos.
Como fazer para não provocar maus hábitos?
Não existe uma fórmula mágica e fazer o melhor que sabemos é o nosso limite, que, embora não sendo perfeito, é o máximo que sabemos dar.
Sugerimos então que, como principio, nos tentemos rever nas reacções dos nossos filhos.
Por exemplo, quando eles não respondem se os chamarmos, podemos lembrar-nos da forma como nós reagimos quando eles nos chamam.
Para que os nossos filhos sejam melhores filhos, nós temos de ser também melhores pais.
A forma como convivemos em sociedade também vai influenciar o comportamento social deles.
Daí a enorme importância do nosso exemplo para a capacidade de os nossos filhos se adaptarem a novas situações e desafios.
Pais, aceitem mais este desafio e tenham filhos mais adaptados suportados pelo vosso exemplo.
Desde que passei a ter uma visão mais lúcida da vida, percebi que a educação pelo exemplo é a mais eficiente arma que existe. As surras só chocam e podem até ter certo efeito superficial, a princípio, que é o de obedecer simplesmente sob pressão, mas desencadeando para aspectos mais graves que conduzem como seqüela a revolta, resultado de uma repressão descabida, na maioria dos casos, além de afastar o afeto da vítima para com o agressor.
As palavras ajudam, de alguma forma, mas tornam-se vazias se não acompanhadas do exemplo ou se quem as proferirem não tiverem a devida moral para tanto. Diariamente desembocam no meu e-mail parábolas, histórias e estórias dos mais diversos pontos do país. E o relato que vem a seguir é um destes e reflete muito bem como exemplo do tema de hoje.
Vamos lá:
Era uma tarde de domingo ensolarada na cidade de Oklahoma. Bobby Lewis aproveitou para levar seus dois filhos para jogar mini-golf. Acompanhado pelos meninos dirigiu-se à bilheteria e perguntou:
- Quanto custa a entrada?
O bilheteiro respondeu prontamente:
- São três dólares para o senhor e para qualquer criança maior de seis anos. A entrada é grátis se eles tiverem seis anos ou menos. Quantos anos eles têm?
Bobby informou que o menor tinha três anos e o maior, sete. O rapaz da bilheteria falou com ares de esperteza:
- O senhor acabou de ganhar na loteria, ou algo assim? Se tivesse me dito que o mais velho tinha seis anos eu não saberia reconhecer a diferença. Poderia ter economizado três dólares.
O pai, sem se perturbar, disse:
- Sim, você talvez não notasse a diferença, mas as crianças saberiam que não é essa a verdade.
Sem a consciência que Bobby tinha da importância de sermos verdadeiros em todas as situações do cotidiano, muitos de nós apresentamos uma realidade distorcida aos nossos filhos. Tantas vezes, para economizar pequena soma em moedas, desperdiçamos o tesouro do ensinamento nobre e justo. Desconsiderando a grandeza da integridade e da dignidade humanas, permitimos que esses valores morais sejam arremessados fora, por muito pouco. Nesses dias de tanta corrupção e desconsideração para com o ser humano, vale a pena refletir sobre os exemplos que temos dado aos nossos filhos.
Às vezes, não só mentimos ou falamos meias verdades, como também pedimos a eles que confirmem diante de terceiros as nossas inverdades. Agindo assim, estaremos contribuindo para a construção de uma sociedade moralmente enferma desde hoje. Ademais, o fato de mentirmos nos tira a autoridade moral para exigir que os filhos nos digam a verdade, e isso nos incomoda. Pensamos que pequenas mentiras não farão diferença na formação do caráter dos pequenos, mas isso é mera ilusão, pois cada gesto, cada palavra, cada atitude que tomamos, estão sendo cuidadosamente observadas e imitadas pelas crianças que nos rodeiam.
Daí a importância da autoridade moral, tão esquecida e ao mesmo tempo tão necessária na construção de uma sociedade mais justa e digna. E autoridade moral não quer dizer autoritarismo. Enquanto o autoritarismo dita ordens e exige que se cumpra, a autoridade moral arrasta pelo próprio exemplo, sem perturbação. A verdadeira autoridade pertence a quem já conquistou-se a si mesmo, domando as más inclinações e vivendo segundo as regras de bem proceder. Dessa forma, o exemplo ainda continua sendo o melhor e mais eficaz método de educação. Sejamos, assim, cartas vivas de lições nobres para serem lidas e copiadas pelos que convivem conosco. Diz o poeta americano Ralph Waldo Emerson: 'Quem você é fala tão alto que não consigo ouvir o que você está dizendo’.

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